
Ela chega do trabalho cedo, abre a porta lentamente, acende
a luz da lamparina que fica ao lado da mesma e seus pés
pisam o assoalho de madeira que range cada vez que sente
as suas pisadas.
Sobe a escada em formato de caracol
deslizando sua mão suavemente pelo corrimão.
Os pensamentos agora se perdem até acender a segunda
lamparina ao chegar no sótão.
Novamente abre mais uma porta, escancara para o lado e
visualiza tudo à sua volta.
Dá alguns passos em direção à janela e observa através dela
no horizonte, aquele corpo celeste todo iluminado.
Lembra serenamente do seu amado.
A lua se sensibiliza com o seu olhar, mas alguma coisa lhe
diz que aquela jovem mulher quer realizar um desejo.
Então, contrariando tudo que se conhece da ciência e da
lógica a lua pisca para ela.
Oh!
Surpresa, Beth olha para a sua amiga e sorrir!
Ela entende que pode lhe fazer um desejo.
Fecha os olhos e seu pensamento viaja até Romano, seu
amado. Eles encontram-se afastados um do outro por força
do orgulho e do egoísmo, no entanto ele não a esquece.
Assim deseja a amada fervorosamente vê-lo em seus braços.
A lua toca o coração do seu querido amor e alguns minutos
depois, alguém bate à porta. Beth ouve e desce celeremente
com muita ânsia em seu peito. Chega e se aproxima da porta
com o coração disparando, mas a jovem busca acalmar-se,
abre-a com vagareza e a primeira pessoa a quem vê é
Romano, com uma expressão de desculpas e um ramo de
flores nas mãos.
Autor Bessa de Carvalho
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