
Era uma vez um menino sabido que morava na área rural, num sítio com matagal, onde grilos o tempo todo conversavam com os mosquitos.
Êta menino matreiro esperto que ele só, de dia enrolava a mãe, dizendo vou estudar, mas dava na corda um nó. Corria feito maluco atrás da sombra do avião, os braços abertos em zig-zag, fingiam pegar com as mãos.
Êta menino matreiro esperto que ele só, pescava os vaga-lumes no pote de mel cipó. No rio com os amiguinhos, nadava que nem um peixe, faltava a aula do professor com seu amigo giló.
Êta menino matreiro esperto que ele só, falava para o seu pai todo mês, que na aula de matemática os números se rebelaram, ali poucos ficaram e com as letras se juntaram fugindo do português.Um dia a mãe descobriu, que aquele menino danado, agora até malcriado mentia que “dava dó”! Nossa foi um “Deus nos acuda”, a mãe que era da roça e não gostava de troça, com a vara de marmelo, tingida de verde e amarelo, cantou em dó menor.
Êta menino matreiro esperto como ele só!
Dedico este pequeno texto à minha querida mãe, que nos idos da minha infância ensinou-me, da sua maneira singela, ser um homem de bem.
Autor Bessa de Carvalho
Direitos autorais reservados a Bessa de Carvalho
Como sempre meu amigo, você usa sua sensibilidade para traduzir em belos textos, a poesia que está impregnada na sua alma.
É muito bom ter plantado em nossos corações a gratidão e o afeto desse ser sublime a quem chamamos de mãe. 🙏🌹❤
Obrigado Ana pelo comentário! Na verdade é isso mesmo! Procuro colocar alma nos meus textos!